Burocracia do governo ante novas pragas derrubou o PIB, diz Andef

Na avaliação do diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher, a queda de 3,5% no PIB agropecuário do 3º trimestre foi provocada pela lentidão do governo em responder às novas pragas na lavoura brasileira. De acordo com o IBGE, na comparação com o mesmo período de 2012 há recuo de 1% - o pior resultado desde 2009. O dirigente cita ainda o problema da infra-estrutura logística no país, que é apontado como um dos maiores gargalos da produção rural brasileira. “Mas há outro fator ainda mais urgente: as pragas que estão se alastrando sem controle pelas lavouras. A burocracia dos órgãos regulatórios no Brasil para aprovar novas tecnologias tem sido muito mais lenta do que as pragas que se multiplicam nas lavouras”, afirma Daher. Na última safra, a Helicoverpa armigera causou prejuízos de mais de R$ 2 bilhões aos produtores de soja e algodão – apenas no estado da Bahia. Nessa safra, a Embrapa já mostrou que a lagarta chegou às regiões do Matopiba e Centro/Sul, os maiores produtores das culturas no país. As novas pragas, que incluem ainda a mosca-branca, buva e mofo-branco, ainda não contam com tecnologias eficientes para o seu manejo. “Sem estímulo à pesquisa e à inovação, a falta de novas tecnologias que protejam as nossas lavouras - e evitem as perdas na produção - pode continuar sendo um entrave ao desenvolvimento da atividade mais importante para o país. Está evidente que cuidar e investir na produção rural brasileira é defender a soberania nacional”, alerta o diretor da Andef.

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